



Sobre Eros e Vampiros
O organizador desta orgia vampiresca começou a cultivar morcegos em sua antologia O Livro Vermelho dos Vampiros, reunião de 13 autores com a missão de injetar sangue novo no mito do morto-vivo. Vamp_Eros é a segunda “dentição”, em que 12 criadores de ponta continuam a inovar o gênero. Agora é o aguilhão erótico o que incita vampiros e humanos nesta ciranda: a sedução do sanguessuga sobre os mortais, e a paixão da presa por seu predador. A pulsão simultânea de Eros e Tânatos move o feroz vampiro psíquico detectado por Deborah K. Goldemberg, e o súcubo do século 13, conjurado por Paulo Fodra. Essa fome sinistra alucina o refinado gourmand de Marcelo Carneiro da Cunha, a vampira new yorker de Fabíola Moura, o mordaz sanguessuga de Ulisses Tavares.
A mesma sede insaciável consome a horda vampírica que invade São Paulo, na visão apocalíptica de Laura Elias, ou a mulher solitária que invoca o sanguessuga em “Venha me beijar”, de Sérgio Fantini. O frenesi prossegue na rave de neovampiros, sob o olhar cético de Dóris Fleury, e no delírio sensual de “Meu corpo é a sua casa”, de Adrienne Myrtes. E antigos mistérios serão revelados nessa incursão às trevas, como o espectro descoberto por Donny Correia num subterrâneo londrino, e o nosferatu em ação no set de cinema, enquadrado por Sandra Ginez. Para rematar o banquete antropofágico, um vampiro sincrético: “Kupleng”, de Luiz Roberto Guedes, uma caçada aos nazivampiros refugiados no Brasil. Quem abre esse livro, penetra num festim de carne e sangue. Atreva-se.
Luiz Bras
Mais informações:
Imprensa: Nathália Lippi
(11) 3865-3936
poetaulisses@terra.com.br





O Negro em Versos
O que difere radicalmente os poetas desta antologia daqueles Poemas Negros, de Jorge de Lima, Raul Bopp e Gilberto Freire é que eles procuram, com um certo ponto de vista, tomar para si a causa da diferença e a diversidade, aguçadas pelo sentimento de expressar as próprias metáforas.
O que realmente significa ser um poeta negro?
Falando do negro como a si mesmo, perguntariam alguns perplexos portadores da mesma inconsciência nacional. Essa espécie de Negromania sem a conotação prosaica do termo é uma espécie de ser negro, de falar de seus desejos, das suas dores, de seus deuses e mitos, essa forma de transcender as pedras dos caminhos, um coração ancestral que bate forte em cada homem negro estigmatizado pelo preconceito e pela indiferença.
Essa antologia pode parecer uma apologia ao apartaide cultural? Não, senhores, esses poemas e versos, em verdade, procuram o mesmo sentimento de beleza, e também e mais profundamente a razão política e consciente de gritar bem alto os nossos desejos, a nossa auto-estima, o nosso desconhecimento. A nossa ausência.
Esta antologia celebra aqui e agora com esses nossos poetas a volta aos anos sessenta, quando o mundo viu diante de si o talento da poesia negra manifestada pelo movimento da “Negritude”, falando com as novas vozes de Leopold Senghor, Aimé Cesaire e Leon Damas.
Assim, esta antologia não deixa de ser um alento para este momento de descobertas e de introduzir no cotidiano as vozes negras da nossa poesia.Emanoel Araujo
Diretor do Museu Afro Brasil
O Negro em Versos
Organização e apresentação de Luiz Carlos dos Santos, Maria Galas e Ulisses Tavares
Editora Salamandra




Beagles unidos jamais serão vencidos
Meu coração vibrou com o resgate dos coitadinhos dos beagles, claro.
Mas em seguida minha cabeça deu o alerta:
No mundo inteiro esse tipo de ativismo direto, invasivo e causador de danos, infelizmente não tem dado certo.
Sem maiores considerações filosóficas (por que é evidente que os animais não poderiam, nunca, serem submetidos ao capitalismo nojento da indústria farmacêutica), ações anteriores sempre resultaram na punição dos bem intencionados.
Aqui e lá fora, a Lei fica do lado dos malvados e pronto.
Como diz o ditado americano, é a economia, estúpido!
Alguns cachorrinhos a menos para os bandidos que, em seguida, prosseguem suas experiências, lícitas mas imorais, até em maior escala.
Talvez haja um jeito porém de fazermos desse limão azedo uma limonada bem grande e doce que refresque a barra dos nossos indefesos amiguinhos de quatro patinhas:
O boicote de todos os produtos experimentados naqueles campos de concentração tipo Royal.
Se todos nós, os bípedes humanos conscientes da gravidade e crueldade da situação, deixarmos de comprar os produtos lá testados atingiremos o único órgão sensível desse leviatã moderno: o bolso!
Então, aproveitando o impacto da recente invasão repercutindo na mídia, mudaremos o foco da discussão para o que realmente interessa.
De minha parte, começarei agora mesmo, enviando uma lista das empresas e seus produtos que fomentam esses “centros de pesquisa”.
Claro que o Sistema vai reagir exibindo seus rôtos argumentos de necessidade de testar os cosméticos e remédios em bichos para a segurança dos consumidores, blábláblá.
Que se danem: não precisamos deles.
Eles sim é que precisam de nós, consumidores.
Ou param com essa prática escrota ou paramos de dar dinheiro para seus sanguinolentos cofrinhos.
Acham que a indústria cosmética, por exemplo, não irá rever seus processos de testes quando a mulherada souber que está passando nas unhas, nos lábios e na pele, melecas resultantes do sofrimento e da morte de peludinhos inocentes?
Daí saímos dessa categoria vulnerável de ecoterroristas para a nossa real condição: a de seres humanos que amam, acolhem, respeitam, e apenas querem proteger os seres não humanos de nossa doente civilização.
Nosso desespero, e indignação, é tão legítimo que não merecemos ficar apenas na defensiva ou no ataque esporádico.
Primeiro é levantar a lista das empresas e seus produtos. Depois botar a boca no trombone, divulgar, discutir, espalhar, questionar, sem parar, o tempo todo. Até que o tempo, senhor da razão, acalme essa tempestade de insensatez que assola o único mundo que temos.
De nosso sonho, duas patas convivendo em harmonia com quatro patas ou duas asas, nossos inimigos darão risada. Da dura realidade de não ter mais lucro fácil irão chorar.
Simples mas eficiente assim. Transformar nossa fraqueza em força, a única força que o outro lado entende e respeita: a do dinheiro, do poder de comprar.
Alguém me acompanha?
Ulisses Tavares, depois de décadas de militância animal, é um dócil beagle aprendendo a morder.
Poesia: A melhor autoajuda
Calma, esperançoso leitor, iludida leitora, não fiquem bravos comigo, mas ler autoajuda geralmente só é bom para os escritores de autoajuda.
Porque não existe receita para ser feliz ou dar certo na vida.
Sabe por quê?
Porque apenas você sabe o que é bom e serve para você. O que funciona pra um nem sempre funciona para o outro.
Os únicos livros de autoajuda que dá para se respeitar, e são úteis mesmo, são aqueles que ensinam novas receitas de bolo, como consertar objetos quebrados em casa ou como operar um computador.
Ou seja, lidar com as coisas concretas, reais, exige um conhecimento também real, tim-tim por tim-tim, item por item.
Com gente é diferente.
Gente não vem com manual de instruções quando nasce. Nem pra viver nem pra morrer.
E se você precisa de conforto ou de conselhos, existem caminhos bem fáceis e boa parte deles de graça: igrejas, templos, botecos ou…amigos, parentes, lembrou?
Se alguém anda necessitado de regras, palavras de ordem e comandos enérgicos sobre o que fazer, melhor entrar para o exército.
Mas se você não quer deixar ninguém mandar em você, tenha coragem e encare-se de frente.
Não adianta fugir de seus medos, suas dores, suas fragilidades, suas tristezas.
Elas sempre correm juntinho, coladas em você.
Tentar ser perfeito, fazer o máximo, transformar-se em outro, dói mais ainda.
Colar um sorriso no rosto enquanto chora por dentro é para palhaço de circo.
Portanto entregue-se, seja apenas um ser humano cheio de dúvidas e certezas, alegrias e aflições.
Você é um ser humano, queira ou não. Não apenas um coelhinho transador ou um japinha trabalhador. Então, aproveite e use algo que, isso sim, com certeza, é igual em todos nós:
A capacidade de imaginar, de voar, se entregar.
Se nem Freud te explica, tente a poesia.
Ah, e a poesia vai resolver teus problemas existenciais?
Provavelmente não.
A poesia às vezes é como aquele bordão do Chacrinha, não veio pra explicar, mas pra confundir.
Quando acerta é por acaso, como na vida.
Ficar confuso é o normal, relaxe e aproveite.
Você não precisa ajeitar o casamento. Precisa é amar.
Você não precisa ser super na cama. Precisa é gozar.
Você não precisa de um super salário. Precisa é gostar do trabalho.
Selecionamos alguns trechos de poemas que provavelmente falam das respostas que você anda procurando em livros de autoajuda.
Tomara que ajudem.
O próprio pai da psicanálise, Sigmund Freud, depois de passar a vida debruçado sobre os mistérios do sexo, os grilos na cuca, os gritos do corpo, os sussurros da alma, admitiu que onde quer que ele fosse ou olhasse um poeta já havia passado por ali.
Então, venha junto com os poetas que indicamos aqui.
O sábio Mário Quintana já dizia que um bom poema é aquele que nos dá a impressão que está lendo a gente…e não a gente à ele.
Estão todos na livraria, biblioteca ou página da internet mais próxima.
De propósito, não selecionei nenhum medalhão ou desses poetas que estão em muitos livros escolares, como eu. Poesia está mais pra lição de vida que lição de casa.
E depois vá em frente. Procure outros poetas.
Você nunca mais estará tão sozinho a ponto de achar que precisa de um livro de autoajuda para mostrar o caminho das pedras.
Auto-Piedade:
Amar, amei. Não sei se fui amado,
pois declarei amor a quem odiara
e a quem amei jamais mostrei a cara,
de medo de me ver posto de lado.
Se serve de consolo, seja assim:
Amor nunca se esquece, é que nem prece.
Tomara, pois, que alguém reze por mim…
(Glauco Mattoso – ”Confessional”)
Adeus amor:
Nem que a vaca tussa
Quero mais tua fuça…
Mas por dentro o coração soluça.
(Leila Míccolis – “As aparências enganam”)
Acasalamento:
Comigo é assim:
ficar olhando não basta. Vou logo
precipitando borrasca e estrela.
Que se cuide o olhar alheio quando
olho com o corpo inteiro, porque alojo fácil,
peço café e pijama, e fico pastando
com esse olhar de boi manso
no breve espaço da cama.
(Affonso Romano de Sant’ana – “Limitações do flerte”)
Envelheci:
Só na velhice a mesa fica repleta de ausências.
Chego ao fim, uma corda que aprende seu limite
após arrebentar-se em música.
Creio na cerração das manhãs.
Conforto-me em ser apenas homem.
Envelheci,
tenho muita infância pela frente.
Autoestima:
eu não preciso
que você goste
de mim
autoestima
é isso?
(Nicolas Behr – “Autoestima”)
Amar é…
noite de chuva
debaixo das cobertas
as descobertas
(Ricardo Silvestrin – sem título)
Bombando:
Não vou
morrer de enfarte
em plena festa
nem de fome
nesta fartura.
Quando sou
a última estrela que me resta,
resolvo brilhar
e aí ninguém me segura.
(Bráulio Tavares – “Palco iluminado 2?)
Convicção:
desta vez fiquei certamente confuso
mas disto estou certo
antes não estava certo de estar confuso.
(Cacaso – ”Espelho Mágico”)
De profundis:
Por dentro de mim
onde
não existo mais.
Por dentro
onde não caibo.
Tão fundo
como se não fosse.
(Álvaro Alves de Faria – “Vagas lembranças, 24?)
Envelhecer:
Da infância, meu amigo:
Você aventura gostoso
E nunca pensa em perigo!
Mas depois quanto mais cresço
e quanto mais envelheço
mais segurança persigo
mais aparece perigo!
(Domingos Pellegrini – ”Orações e Saudades”)
Indecente:
Eu não tenho vergonha
de dizer palavrões
de sentir secreções
(vaginais ou anais).
As mentiras usuais
que nos matam sutilmente
são muito mais imorais,
são muito mais indecentes.
(Leila Miccolis – “Ponto de vista”)
Meu e teu:
o meu e teu
num momento
é só meu
e teu e meu
num momento
é só teu
(Marcelo Tápia – “eu/eu”)
Paixão:
Aos apaixonados não faz falta o mundo.
A um apaixonado não faz falta nada.
A não ser o outro. Junto.
(Cairo Trindade – ”Exílio”)
Mulher de trinta:
Deus, dai-me
Paciência de novo
(eu preciso)
amor, amores, amigos
felicidade, sempre
filhos, um dia
sexo selvagem
o vil metal
e muitas viagens
(Carla Bonfim – “Oração dos trinta anos”)
Narcisa:
Quando me olho no espelho,
Sou pomba capaz de voos
E arrulhos.
(Raquel Naveira – sem título)
Ninfo:
Dia sim, feliz da vida,
passo carmim, vou pra varanda.
Dia não, bem deprimida,
deito no chão, tudo desanda.
Dia sim?
transo com todo mundo.
Dia não?
também e a todo instante.
É que em matéria de sacanagem
eu já sou bem constante.
(Laura Esteves – “Inconstante”)
Racismo:
Disseram: às vezes um negro compromete o produto.
Ela soube que inventaram que o povo do Brasil comprador
É branco, só pode ser branco. O branco total. O branco maior.
A não ser que amanhecesse branca…
Loura, cabelos de seda shampoo…
Mas a sua cor continua a mesma.
Ela sofreu. Eu vi. Sofri.
Luther Marketing, Luther Marcheting
Luther Marketing no Brasil.
(Elisa Lucinda – “Ashell a shell pra todo mundo Ashell”)
Tudo se repete:
travesseiro novo
primeiras confissões
a história do antigo
(Alice Ruiz – sem título)
Voo duplo:
onde vou
só
levo-me
onde sou
nós
voo
ao fundo
(Frederico Barbosa – “Nós/Paisagens, 4?)
Dicotomia:
Como você pode ver,
o lado direito da minha
boca é alegre.
O lado esquerdo é triste.
Assim também são
os meus olhos.
(Celso de Alencar – ”Fotografia rasgada”)
Curioso:
uma geração pulou no abismo
mas você foi mais adiante
ou saltou mais fundo
levantou a tampa da vida
para ver o que havia por baixo
para ver que não havia nada embaixo
(Cláudio Willer – “Homenagem a Dashiell Hammett”)
Religare:
Estou naquele estado
de religião
Tudo é maior
E sou pertencente.
(Hamilton Faria – ”Religare”)
Ulisses Tavares lançou “Se nem Freud explica, tente a poesia!”, Editora Francis, reunindo trechos de mais de 300 poetas da antiguidade até nossos dias, agrupados em verbetes sobre as grandes e pequenas questões humanas. Não é um livro de autoajuda. Mas pode até ser.
Se você quer assistir ao vídeo poema: http://youtu.be/w5bvTM4f2Yc
Se você quer comprar um destes livros:
POEMAS QUE LATEM AO CORAÇÃO – Os mais belos poemas sobre cães
Editora Nova Alexandria
50 poetas escreveram lindos poemas sobre cães, com fotos.
Organização Ulisses Tavares, apresentação Luisa Mell.
SÓ NÃO VENHA DE CALÇA BRANCA – Cãografia autorizada de Tutty Antonio
96 pgs – Ilustrações de Nill – Editora Saraiva
A “cãografia” bem-humorada de Tutty Antonio
Tutty Antonio, um cachorro da raça English Springer Spaniel, é muito especial. Neste livro, ele abre seu coração para contar como é a vida de cachorro. Como bom observador e metido a filósofo, discorre sobre suas manias, suas brincadeiras, sua vida afetiva. É claro que não poderia deixar de falar sobre nós, os seres humanos! Uma “cãografia” autorizada e narrada a Ulisses Tavares, poeta e publicitário premiado, e escritor de estimação do Tutty Antonio.
FERINHA MEL – Retratos Inesquecíveis da Infância de Um Cão
24 pgs – ilustrações de Natália Forcat – Editora Escala Educacional
Um filhote de cão para filhotes de gente.
Narrada em primeira pessoa, a obra apresenta à criança as aventuras e desventuras de Ferinha Mel, um cão da raça English Spanniel, desde seu nascimento até os dias atuais.
Tudo de forma divertida e prazerosa.
Curioso é que o personagem, Ferinha Mel, existe mesmo e é filho do Tutty Antonio, outro cachorro de Ulisses Tavares que também virou livro.
Apenas R$ 29,99 com autógrafo personalizado e remessa pelos Correios! Basta nos avisar ou ligar Telepoeta: (11) 3865-3936
Promoção válida até 01/09/2013




Dança sobre poesias de Mario Quintana, Ulisses Tavares, I Coríntios 13 e sobre a música “Poesia e Canção” de André Ebert e Sarah Ribeiro. Filmado na Mostra da ETEC de Artes no dia 17/06/2011.
Bailarinos: Peticia Carvalho, Camila Rodrigues, Grace Kelly, Joyce Zinsly e Thiago Nunes.
Direção: Peticia Carvalho
Vocal: André Ebert e Silmara Rosa
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