Nov 7

Filipeta

Oct 23

Beagles unidos jamais serão vencidos

Meu coração vibrou com o resgate dos coitadinhos dos beagles, claro.
Mas em seguida minha cabeça deu o alerta:
No mundo inteiro esse tipo de ativismo direto, invasivo e causador de danos, infelizmente não tem dado certo.
Sem maiores considerações filosóficas (por que é evidente que os animais não poderiam, nunca, serem submetidos ao capitalismo nojento da indústria farmacêutica), ações anteriores sempre resultaram na punição dos bem intencionados.
Aqui e lá fora, a Lei fica do lado dos malvados e pronto.
Como diz o ditado americano, é a economia, estúpido!
Alguns cachorrinhos a menos para os bandidos que, em seguida, prosseguem suas experiências, lícitas mas imorais, até em maior escala.

Talvez haja um jeito porém de fazermos desse limão azedo uma limonada bem grande e doce que refresque a barra dos nossos indefesos amiguinhos de quatro patinhas:
O boicote  de todos os produtos experimentados naqueles campos de concentração tipo Royal.
Se todos nós, os bípedes humanos conscientes da gravidade e crueldade da situação, deixarmos de comprar os produtos lá testados atingiremos o único órgão sensível desse leviatã moderno: o bolso!
Então, aproveitando o impacto da recente invasão repercutindo na mídia, mudaremos o foco da discussão para o que realmente interessa.
De minha parte, começarei agora mesmo, enviando uma lista das empresas e seus produtos que fomentam esses “centros de pesquisa”.
Claro que o Sistema vai reagir exibindo seus rôtos argumentos de necessidade de testar os cosméticos e remédios em bichos para a segurança dos consumidores, blábláblá.
Que se danem: não precisamos deles.
Eles sim é que precisam de nós, consumidores.
Ou param com essa prática escrota ou paramos de dar dinheiro para seus sanguinolentos cofrinhos.
Acham que a indústria cosmética, por exemplo, não irá rever seus processos de testes quando a mulherada souber que está passando nas unhas, nos lábios e na pele, melecas resultantes do sofrimento e da morte de peludinhos inocentes?
Daí saímos dessa categoria vulnerável de ecoterroristas para a nossa real condição: a de seres humanos que amam, acolhem, respeitam, e apenas querem proteger os seres não humanos de nossa doente civilização.
Nosso desespero, e indignação, é tão legítimo que não merecemos ficar apenas na defensiva ou no ataque esporádico.
Primeiro é levantar a lista das empresas e seus produtos. Depois botar a boca no trombone, divulgar, discutir, espalhar, questionar, sem parar, o tempo todo. Até que o tempo, senhor da razão, acalme essa tempestade de insensatez que assola o único mundo que temos.
De nosso sonho, duas patas convivendo em harmonia com quatro patas ou duas asas, nossos inimigos darão risada. Da dura realidade de não ter mais lucro fácil irão chorar.
Simples mas eficiente assim. Transformar nossa fraqueza em força, a única força que o outro lado entende e respeita: a do dinheiro, do poder de comprar.
Alguém me acompanha?

Ulisses Tavares, depois de décadas de militância animal, é um dócil beagle aprendendo a morder.

Feb 21

Meu cachorro me sorriu latindo. Literalmente 

Na história da música popular brasileira, nenhum outro fez tantas músicas sobre ecologia e animais como o rei Roberto Carlos. Isso bem antes, muito antes, da consciência ambiental e da defesa dos animais virarem assuntos na realidade midiática virtual e real.
Em um de seus versos mais memoráveis, ele cantava (em 1974 até eu era jovem e cabeludo naquele século passado, rs): “Meu cachorro me sorriu latindo…”
O compositor já anunciava o que todo mundo que convive com cachorros também já sabia:
Cachorro sorri, latindo. Pede para passear, latindo. Convida para brincar, latindo. Avisa que está com fome, latindo. Revela seus desagrados e dores, latindo.
E, do início ao fim da relação íntima e diária, cada bípede humano aprende a diferenciar os diferentes timbres e significados dos latidos de seu cão.
Então, que nossos peludinhos falam latindo não é novidade.
A grande revelação é a ciência (leia-se: biólogos e quejandos) finalmente reconhecer que nem o rei nem nós, cachorreiros, estávamos imaginando ou exagerando a realidade da comunicação canina.
Cachorros falam latindo e latem falando, de verdade, claramente, em alto e bom som.
O que as pesquisas científicas recentes trouxeram à tona, também, foi um fato que muita gente ignora: os cães aprenderam a latir única e exclusivamente para se comunicar com os animais humanos, essa espécie que os acolheu, cuidou e alimentou nos últimos 15 mil anos.
É surpreendente e delicioso lembrar que os peludinhos não aprenderam a latir para os outros irmãos peludinhos. Mas sim para serem compreendidos por nós, os peladinhos.
A linguagem que um cão usa com seus pares não é o latido.
Usa a postura, o olfato, o movimento corporal etc.
Não existe outra espécie que tenha desenvolvido uma linguagem específica para nos contar como se sente e o que deseja.
Uma cabra entende o balido de outra. Um boi entende o mugido de outro. Um pássaro entende o canto do outro. Um macaco entende o grunhido do outro. Até o tetravô dos cães domésticos, o lobo, entende o uivo do outro.
Mas um cão não entende o latido de outro cão. Quando seu cachorro late para outro cachorro é apenas para avisar você sobre o intruso no pedaço.
E a comunicação entre cachorros e humanos é tão aprimorada que só aqueles são capazes de interpretar os olhares e gestos deste.
Se você olhar ou apontar para um lugar onde está escondido o petisco de seu cão, ele vai direto para lá. Não precisa de treinamento algum. Faz parte de suas habilidades inatas.
Nem nossos queridos primos, os chimpanzés, conseguem esse tipo de proeza.
E um simples vira-lata se mostra capaz de atribuir significado, portanto, compreender, até 165 das palavras que pronunciamos.
É bastante vocabulário se levarmos em conta (isso também é estudo científico disponível nos googles da vida) que o adolescente de hoje utiliza apenas 350 palavras em seu dia a dia.
Por isso da próxima vez que seu amiguinho canino latir, preste mais atenção. É com você mesmo que ele está falando. 

Ulisses Tavares adora bater papo com um cachorro. Coisas de poeta.

Oct 1

Marcha pelos Animais SP 29/9 – Escritor e ator Ulisses Tavares participou com interessante cartaz. Na web, mais de dois mil confirmaram presença na passeata. Apenas 60 gatos pingados compareceram. Mas é assim mesmo: grandes mudanças começam aos poucos e com poucos. – Foto: Roberto Aoike

 

Jun 29

Se falou e muito dos animais bípedes denominados índios. Sim, aqueles mesmos que ficaram milênios tocando fogo na floresta, comendo macacos, numa boa, até que vieram os portugueses, ora, pois, e ensinaram maneiras mais eficazes de acabar com a vida. E, sim também, aqueles mesmos que nos legaram a sua dita cultura: quem não é da nossa tribo, nós matamos. Hoje não matam como antes, mas se dedicam a revindicar benesses governamentais e a continuarem a viver como índios, mas sem pagar impostos nem trabalhar e nem serem enquadrados pelas leis dos animais civilizados. Ìndio não quer mais apito nem espelhinho nem facão de aço: quer é viver como aqueles portugas e holandeses ensinaram. E os animais de verdade, a natureza? Ah, esses e essa estão aí como sempre estiveram, para nos servir.

Se protestou e muito sobre a economia verde. Vai acabar com a economia dos coitados dos bolivianos, que plantam coca numa boa. Dos paupérrimos afegãos que ganham seu suado dinheirinho cultivando papoulas que virarão ópio. Dos africanos que vivem na idade da pedra, em que havia mato a desmatar e animais para encher a pança.

Se evidenciou o papel das ongs ambientalistas, todas doidinhas por um holofote. Só que nenhum animal bípede e pensante tocou na ferida: apenas no Rio de Janeiro fevereiro e carnaval, existem duas ongs para cuidar de cada um dos mamíferos infantes das ruas. Eles continuam nas ruas, as ongs em seus feudos, pedindo mais verbas.

Se levantaram bandeiras sobre a raça negra. Como se os negros não fizessem parte da raça humana. São os negros o que, então? Uma raça de animais à parte, especial, com direitos diferenciados? Não viemos todos, negros e brancos, dos primatas, da família dos macacos? Novamente, negar a ciência, a biologia, a história, dá grana e seguimos, predadores que somos desde a origem, negros e brancos a encher o saco e o cofrinho.

Se deu voz as mulheres. Ninguém ouviu nenhuma fêmea acasalada dizer que era cúmplice de seu próprio espancamento, por amor, claro. Nem uma fêmea humana parideira contar que treinou seu filho, desde criancinha, para ser um machista predador.

Se ocuparam as grandes empresas em mostrarem como são auto-sustentáveis. Pelo visto, são todas anjos capitalistas que tiram seus lucros das tetas da mãe terra, mas se preocupam com ela, desde que ela não diminua seus rendimentos. Não serão elas a chorar pelo leite derramado.

Se mostraram solidários todos os partidos políticos. Nem precisavam. Afinal, todo mundo sabe que eles adoram o verde. O dólar não é verde?

Se aproveitaram os movimentos alternativos para protestar em vistosas e festivas passeatas. Com isso provocaram imensos congestionamentos e imensas descargas de gás carbônico. Isso que é ser ecológico.

E os animais, sim, os bichos de verdade, os não humanos?

Ah, esses ficaram de fora, como sempre. Só foram lembrados nas churrascarias, para onde todos os participantes foram comer.

Os que ocupam o topo da cadeia alimentar sabem o que fazem: explodir o mundo e posar de bonzinhos.

Bem que o poetinha quixotesco aqui tentou alertar. Até com o aval de seu currículo de autor de livros e manifestos a favor dos índios, dos negros, das mulheres, da democracia, em tempos em que isso tudo não era assunto palatável.

Mas quem liga para bichos e poetas hoje em dia?

Ulisses Tavares pede desculpas a todos os outros animais pelos animais hipócritas que somos. Coisas de poeta.

Jan 23

Dom, 22 de janeiro de 2012
Fonte: ANDA

Um dia histórico para a defesa dos direitos animais. Manifestações simultâneas em mais de 170 cidades brasileiras marcaram o domingo como um dia de luta pela punição contra crimes aos animais. Em São Paulo, o protesto reuniu mais de 20 mil pessoas. Ativistas, integrantes de ONGs, protetores independentes, artistas, mas, principalmente, cidadãos comuns, que não pertencem a nenhum movimento e pela primeira vez foram às ruas emprestar sua voz e seu apoio aos animais que precisam ter seus direitos reconhecidos.

Ulissescão na passeata contra a crueldade.

Dec 16

May 25

Apresentadora e escritor lançam nova campanha
destinada a “cachorreiros”.

Eis algo a ser imitado:

Primeiro, a apresentadora Luisa Mell e o escritor Ulisses Tavares lançaram um livro de grande sucesso entre os amantes do mundo canino: “Poemas que latem ao coração”, com poemas e fotos sobre cães (Editora Nova Alexandria). No genêro, continua entre os 10 mais vendidos.

Com a cãoplicidade dos poetas e da editora (a dona da Editora, Rosa Zuccherato, é também uma protetora dos cães abandonados), canalizaram o dinheiro das vendas do livro para concretizar uma idéia muito prática e benvinda: convencer os conscientes donos de cachorros (nem tanto assim, como sabem todos que já pisaram em cocôs de cães em seu caminho) a não recolherem mais as fezes de seus lulús nas calçadas com sacos plásticos, como é tão comum acontecer. Afinal, os saquinhos plásticos acabam prejudicando outros animais lá na frente, como os peixes.

Durante o ano passado, milhares de saquinhos de papel foram distribuídos e a mensagem foi muito bem passada. Mas agora, Luisa Mell e Ulisses Tavares descobriram que é melhor ensinar a pescar em vez de dar o peixe. E passam a distribuir milhares de postais ensinando como fazer um saquinho cata-cocô de papel jornal. “O processo de conscientização em relação a cidadania é mesmo assim. Lento, mas incessante.” – dizem eles.
Realistas, esses dois batalhadores veteranos na luta ambiental e pelo boa convivência entre humanos e animais, concluem que “não é moleza mudar o mundo, mas dá pra se tentar melhorar sempre.” Nem que seja ajudando as calçadas a ficarem mais limpas dos resíduos dos adoráveis peludinhos.

 

Apoiadores:

Editora Nova Alexandria

Rosa Zuccherato

(11) 2215-6252

www.novaalexandria.com.br

 

 

Quasar Consultoria e Sistemas

Solange Albuquerque

(11) 3846-3226

www.qcs.com.br

 

Lourenção Assessoria Contábil

Ricardo Nascimento

(11) 3032-7947

www.lourencaoassessoria.com.br

 

ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais

Silvana Andrade

(11) 3141-9434

www.anda.jor.br

 

Assessoria de Imprensa:

Nathália Lippi

(11) 3865-3936

poetaulisses@terra.com.br

 

 

 

 

 

 

 

Abaixo, confira vídeo que ensina como fazer o seu cata-cocô: