POEMAS PARA HOMENAGEAR CACHORROS
Livro com textos de donos de cães sai em novembro
Ulisses Tavares e seu cachorro, Ferinha:
Idéia é conscientizar população a não abandonar seus anismais de rua.
Em torno de 100 cachorros vão ser homenageados em um livro de poemas. E ainda dá tempo de participar da seleção. Até o dia 31 de agosto, os interessados deverão enviar um poema sobre o seu cão para os organizadores da antologia Poemas que Latem ao Coração. A obra, que será lançada em novembro, trará a foto do animal em uma página e o texto ao lado. O pet homenageado não precisa mais estar vivo.
“É claro que nós vamos selecionar os poemas tendo em conta o viés literário, mas o que vai importar mesmo é a emoção. Podem falar de saudade, de alegria, de tristeza, enfim, do que tocar o coração”, explica o poeta Ulisses Tavares, de 59 anos, organizador do livro. “Cachorreiro” assumido, ele amadurecia há vários anos a idéia de criar um projeto do gênero.
Já estão pré-selecionados cerca de 80 escritores. Os poetas que tiverem trabalhos publicados no livro receberão seus direitos autorais em sacos de ração. Em média deverão ser três sacos grandes por autor. Todo o alimento será doado para entidades de proteção animal. Durante a fase de lançamento da obra, Tavares abordará a conscientização da população para não abandonar animais nas ruas.
Com o poema “Era um Cachorro e apenas um Cão“, o escritor e professor universitário Jorge Miguel Marinho, de 60 anos, morador em Pinheiros, zona oeste, é um dos pré-selecionados. O seu poema vai falar do único cão que teve: Nero. O vira-lata de pelagem escura morreu quando ele tinha 11 anos, depois de cerca de seis anos de convivência. “Mas foi uma figura significativa na minha vida. O Nero entendia o meu silêncio, já que eu era muito introspectivo e não era maior que a minha alegria e a minha tristeza. Era simplesmente um cão”, diz o autor, que não tem mais cachorro, mas convive com vários animais que pertecem a sua família.
O poema enviado por Raquel Naveira, de 51 anos, é triste. Fala sobre Lady, sua poodle de 17 anos que um dia sumiu de casa quando ela morava em Mato Grosso do Sul. Todas as tentativas de encontrá-la foram em vão. “O sumiço é muito difícil de lidar. Com a morte você se conforma porque é um processo natural”, diz a autora. Em um dos trechos, o poema diz: “Ela, que há tantos anos/Era companheira/Sentinela semelhante ao chacal/Que me ajudava a encontrar o caminho nas montanhas/E afugentar o Mal”.
Enquanto vai preparando o livro, Tavares tem se deparado com uma situação inusitada. Tem recebido emails e reclamações dos amantes de gatos que se sentem excluídos do projeto. “Os ‘gateiros’ estão inconformados “, conta. Por isso, ele já está pensando em um próximo livro para homenagear os felinos.
COMO PARTICIPAR:
- Quem quiser mandar textos para a seleção do livro Poemas Que Latem ao Coração, poderá se inscrever até dia 31 de agosto.
- É necessário enviar o texto do poema com uma foto do cachorro homenageado sozinho. O material deverá ser mandado para o email: poetaulisses@terra.com.br