Corinthians soma R$ 120 mi em dívidas na FIFA e enfrenta novo transfer ban
Quando Corinthians recebeu, no último dia 12 de agosto de 2025, a comunicação oficial da FIFA sobre o transfer ban, a situação financeira do clube já parecia impossível de conter. A decisão foi um reflexo direto de mais de R$ 120 milhões em condenações acumuladas em processos internacionais, que agora ameaçam não só as contratações, mas também a própria classificação na Série A.
Contexto das dívidas internacionais do Corinthians
Para entender o que está em jogo, é preciso voltar ao início da década, quando o Corinthians disparou em contratações de alto nível, mas muitas delas foram pagas com promessas e parcelas que nunca foram honradas. A soma das dívidas, que inclui juros de 18% ao ano, já ultrapassa a metade da dívida total do clube, estimada em cerca de R$ 2,6 bilhões.
Detalhes dos principais casos
1. Santos Laguna (México) – Félix Torres
O caso mais emblemático envolve o clube mexicano Santos Laguna e o zagueiro equatoriano Félix Torres. A dívida original gira em torno de R$ 40 milhões, e a falta de pagamento gerou o primeiro transfer ban, que impede o Corinthians de registrar novos atletas até que um acordo seja firmado.
O clube tentou três vezes negociar um parcelamento, sendo a última proposta a de 70% do valor total, mas o Santos Laguna rejeitou todas as ofertas.
2. Matías Rojas – Corte Arbitral do Esporte (CAS)
O meia paraguaio Matías Rojas foi alvo de um processo no CAS que, em setembro de 2025, confirmou a decisão da FIFA: pagamento de R$ 41,3 milhões por direitos de imagem atrasados. Fontes internas falam de até R$ 45 milhões, considerando multas e juros.
Se o clube não liquidar a dívida em 45 dias, será decretado um segundo transfer ban.
3. Midtjylland (Dinamarca) – Charles
Outro caso importante é o da Midtjylland, que cobra R$ 6,2 milhões pelo atraso na transferência do volante Charles, contratado em 2024.
4. Philadelphia Union (EUA) – José Martínez
O clube norte‑americano Philadelphia Union ficou com um saldo de US$ 1,5 milhão (cerca de R$ 8 milhões) não pago referente ao volante venezuelano José Martínez. O acordo original, fechado sob a gestão de Augusto Melo, previa quatro parcelas; apenas a primeira de US$ 200 mil foi quitada.
Reações da diretoria e decisões da FIFA
O presidente do conselho de administração, Pedro Figueiredo, declarou em coletiva no dia 18 de agosto: “Estamos buscando soluções viáveis, mas não podemos simplesmente contrair empréstimos que aumentariam ainda mais nossa dívida”.
O diretor‑financeiro, Luiz Carlos de Castro, acrescentou que a prioridade é renegociar os valores com Santos Laguna enquanto as demais parcelas são empurradas para o próximo exercício fiscal. “Os juros continuam correndo. Se deixarmos de pagar, o valor total pode chegar a R$ 41 milhões só nesse caso.”
A FIFA reforçou que o não cumprimento dos acordos pode levar à perda de pontos na Série A ou, em último caso, ao rebaixamento.
Impacto na classificação e riscos futuros
Com o Campeonato Brasileiro em fase decisiva, a ausência de contratações e a pressão por resultados colocam o Corinthians em posição vulnerável. O técnico, Vanderlei Luxemburgo, já comentou que a equipe “está jogando com o que tem, mas a margem para erros diminuiu”.
Analistas da ESPN Brasil projetam que, caso o clube sofra um segundo transfer ban, a probabilidade de queda para a Série B aumentaria de 12% para quase 30% nas próximas duas rodadas.
Caminhos possíveis e perspectivas
Especialistas em finanças esportivas sugerem três caminhos:
- Parcelamento agressivo: oferecer ao Santos Laguna e demais credores um plano de pagamento em 12 vezes, com redução de juros.
- Venda de ativos: liberar direitos econômicos de jogadores como Jô ou quem ainda está emprestado ao clube.
- Empréstimo controlado: buscar crédito junto a bancos esportivos, com garantia de receitas de patrocínio.
Até o momento, a diretoria descartou a opção de empréstimo, alegando que “qualquer dívida extra seria ainda mais custosa”. O próximo passo será uma reunião com o Conselho Fiscal, prevista para o dia 2 de outubro, onde se decidirá a estratégia final.
Resumo dos principais fatos
- Dívida total com a FIFA: R$ 120 milhões.
- Primeiro transfer ban ativo desde 12/08/2025 (caso Santos Laguna).
- Risco de segundo ban em até 45 dias (caso Matías Rojas).
- Juros acumulados: 18% ao ano (1,5% ao mês).
- Dívida total do clube: cerca de R$ 2,6 bilhões.
Frequently Asked Questions
Como a dívida com a FIFA pode afetar a classificação do Corinthians?
Se o clube não cumprir os prazos estabelecidos, a FIFA pode retirar pontos na tabela da Série A ou até rebaixar o time. Isso mexeria profundamente nos números de vitórias, pois cada ponto perdido pode significar menos vitórias e mais risco de cair para a Série B.
Qual a origem da dívida de R$ 40 milhões com o Santos Laguna?
A dívida vem da transferência do zagueiro Félix Torres em 2023. O contrato previa pagamento imediato de US$ 2,5 milhões, convertido na época para R$ 12,4 milhões, mas o clube brasileiro só quitou parte do valor, gerando juros e o bloqueio de registros de novos atletas.
O que o CAS decidiu sobre Matías Rojas?
O CAS, em setembro de 2025, manteve a decisão da FIFA e condenou o Matías Rojas a receber R$ 41,3 milhões pelos direitos de imagem atrasados. Caso o pagamento não seja feito dentro do prazo de 45 dias, o clube enfrentará um novo transfer ban.
Existe alguma chance de o Corinthians obter empréstimo para pagar as dívidas?
Até agora a diretoria descartou a opção, alegando que o custo dos juros seria ainda maior. Analistas sugerem que um crédito entre R$ 500 milhões e R$ 1 bilhão poderia ser negociado, mas exigiria garantias que o clube ainda não possui.
Quais são as próximas datas importantes para a situação financeira do clube?
A reunião do Conselho Fiscal está marcada para 2 de outubro de 2025, quando será decidido se há acordo com Santos Laguna. Além disso, o prazo final para o pagamento de R$ 41,3 milhões ao Matías Rojas expira em 15 de outubro.
15 Comentários
Portal WazzStaff
outubro 5, 2025 at 20:35
Olha, eu entendo a pressão que o Corinthians tá passando, a dívida tá enorme e o ban de transfer dá um baque forte. Mas a diretoria tem que focar em negociar com o Santos Laguna, porque aquele primeiro ban já tá tirando muita margem. Se eles conseguirem parcelar os R$ 40 milhões, ainda dá pra respirar um pouco. Continuem firmes, porque o torcedor ainda tem esperança!
Anne Princess
outubro 6, 2025 at 18:48
Isso é ridículo!!! Como um clube tão grande pode ficar devendo R$ 120 mi??? Vocês estão jogando fora a credibilidade do Corinthians, e ainda tem a diretoria fazendo promessas vazias!!! É hora de cobrar, não de esperar milagres!!!
Raquel Sousa
outubro 7, 2025 at 17:01
Tá fissurado, né? Mais dívida, menos graça... O Corinthians parece que tá na fila do banco do vento, sem jeito de pagar nada!
Trevor K
outubro 8, 2025 at 15:15
Galera, a situação é crítica, mas não precisa entrar em pânico; precisamos manter a equipe focada nos treinos, usar o elenco que temos e buscar soluções táticas que não dependam de fichas caras. Um esquema mais compacto, pressão alta e otimização de bolas paradas podem render pontos preciosos. E, claro, o departamento financeiro tem que priorizar o acordo com o Santos Laguna, porque sem isso não dá pra respirar.
Luis Fernando Magalhães Coutinho
outubro 9, 2025 at 13:28
É inadmissível que um clube com a história do Corinthians deixe de honrar compromissos internacionais; a moralidade esportiva exige responsabilidade, e a diretoria deve colocar a ética acima de qualquer estratégia de curto prazo. O povo torcedor merece transparência total, e não mais desculpas vazias. Portanto, exijo clareza nos números e um plano de pagamento concreto.
Ariadne Pereira Alves
outubro 10, 2025 at 11:41
O cenário atual do Corinthians pode ser analisado sob três pilares principais: dívida, sanções e perspectiva esportiva. Primeiro, os R$ 120 mi de condenações são fruto de pagamentos fragmentados e juros compostos que escalavam a 18% ao ano, o que significa que a cada mês o valor cresce cerca de 1,5%. Esse crescimento exponencial reduz drasticamente a margem de negociação, principalmente com credores como o Santos Laguna, que já rejeitou três propostas de parcelamento. Em segundo lugar, o ban de transfer impede o registro de novos atletas, o que obriga o técnico a otimizar o plantel existente, reduzindo a flexibilidade tática. A FIFA deixou claro que o não cumprimento dos acordos pode levar à perda de pontos, e nesse momento cada ponto é vital para evitar a zona de rebaixamento. A análise financeira indica que uma estratégia agressiva de parcelamento em 12 vezes, com redução de juros para 12% ao ano, pode ser viável se houver acordo de boa-fé. Essa proposta exige que o clube apresente garantias reais, como direitos de imagem de jogadores ou parcela dos direitos de TV. Outra alternativa, a venda de ativos, poderia liberar recursos imediatos; direitos econômicos de jogadores como Jô e outros que estão emprestados são alvos potenciais. Contudo, a venda de ativos pode enfraquecer o elenco a longo prazo, criando um ciclo vicioso de menor competitividade. O empréstimo controlado, apesar de ser descartado pela diretoria, ainda pode ser considerado se for estruturado com juros que não ultrapassem a taxa de retorno das receitas de patrocínio. Bancos especializados no esporte oferecem linhas de crédito com amortização baseada em receitas de bilheteria e direitos de transmissão, o que pode suprir o déficit de caixa temporário. No âmbito jurídico, é crucial que o clube busque uma revisão das cláusulas de juros junto à FIFA, argumentando que a taxa de 18% ao ano é excessiva para um clube em crise. Caso a revisão seja aceita, a dívida total poderia ser reduzida em até 20%, aliviando a pressão sobre o fluxo de caixa. Por fim, a comunicação transparente com a torcida é essencial; manter os torcedores informados sobre cada passo aumenta a confiança e pode gerar apoio financeiro adicional, como campanhas de sócio-torcedor. Em resumo, o Corinthians tem que equilibrar renegociação, venda de ativos estratégicos e, possivelmente, buscar crédito responsável, enquanto protege o desempenho esportivo para evitar a catástrofe de rebaixamento.
Lilian Noda
outubro 11, 2025 at 09:55
Olha, a gente precisa abrir os olhos e admitir que a diretoria sempre deixa a gente na mão
Ana Paula Choptian Gomes
outubro 12, 2025 at 08:08
Prezada, cumpre salientar que, embora existam críticas legítimas, é imprescindível analisar os fatos de forma objetiva e respeitosa, sobretudo considerando as complexas negociações internacionais em curso; assim, recomendo a manutenção de um discurso construtivo, focado nas soluções e não apenas nas falhas passadas.
Carolina Carvalho
outubro 13, 2025 at 06:21
Não dá pra negar que a situação é complicada, mas também não é motivo para desespero total; o clube tem um histórico de superar crises, então ainda há espaço para esperança. Ainda assim, a falta de transparência pode gerar desconfiança nos torcedores, que já estão cansados de promessas vazias. A diretoria precisa, portanto, apresentar um plano claro e viável, sem rodeios. Enquanto isso, o técnico tem que adaptar o esquema, aproveitar ao máximo o elenco que tem, e buscar pontos nos jogos que vêm pela frente. Se tudo isso acontecer de forma coordenada, talvez o Corinthians consiga contornar a tempestade financeira e esportiva.
Joseph Deed
outubro 14, 2025 at 04:35
Essa dívida vai afundar o clube se não houver ação urgente.
Pedro Washington Almeida Junior
outubro 15, 2025 at 02:48
Talvez a FIFA esteja exagerando; muitos times têm dívidas, mas poucos recebem ban tão severo. Essa postura pode ser uma forma de pressão para que os clubes reajam. De qualquer forma, o Corinthians tem que buscar acordos rápidos.
Marko Mello
outubro 16, 2025 at 01:01
Concordo parcialmente com a ideia de que a FIFA age como um fiscal, porém o contexto do Corinthians é particularmente delicado, já que a soma de juros e multas cria um efeito bola de neve que compromete até as receitas de patrocínio. Além do mais, a imposição de um segundo ban pode desencadear uma cascata de sanções que afetam diretamente a classificação e, consequentemente, a distribuição de prêmios da liga. Dessa forma, não basta apenas renegociar, é preciso também reestruturar o modelo financeiro, talvez adotando um orçamento mais conservador nos próximos ciclos. Vale também considerar a criação de um fundo de reserva específico para obrigações internacionais, o que poderia amortizar o impacto de futuras condenações. Por fim, a transparência com a torcida e a imprensa pode gerar um apoio coletivo que facilite negociações com credores externos. Em resumo, a solução passa por um conjunto de medidas simultâneas, não por um único acordo pontual.
robson sampaio
outubro 16, 2025 at 23:15
Olha, se a gente continuar só reclamando, vai ser papo furado; o que o clube realmente precisa é de um plano de ação enxuto, cortar os custos variáveis, renegociar os termos com o Santos Laguna e, quem sabe, até abrir o capital para investidores estratégicos. Só assim dá pra fugir desse buraco que parece sem fundo.
Maria Eduarda Broering Andrade
outubro 17, 2025 at 21:28
A dívida do Corinthians pode ser vista como metáfora da condição humana: um fardo que se multiplica quando não se enfrenta a raiz do problema. Portanto, a solução exige introspecção institucional e decisão corajosa, sem medo de sacrificar conforto imediato por estabilidade futura.
Rael Rojas
outubro 18, 2025 at 19:41
É inegável que o panorama financeiro do Corinthians remete a uma antítese entre tradição gloriosa e a crua realidade administrativa; tal dicotomia impõe ao clube a necessidade de transcender o mero gerenciamento de fluxo de caixa e adotar uma abordagem quase filosófica, onde cada parcela de dívida seja analisada sob a ótica da ética esportiva. Aremos, como diria um antigo pensador, que a honra do escudo deve guiar as decisões, ainda que isso signifique reavaliar acordos históricos que, por ventura, já não se coadunam com a sustentabilidade atual. Em suma, o futuro dependerá da capacidade de reconciliação entre passado e presente, entre paixão e prudência.