Gabriel Jesus descarta volta imediata ao Palmeiras: foco segue no Arsenal e na Europa

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27 ago 2025

Gabriel Jesus descarta volta imediata ao Palmeiras: foco segue no Arsenal e na Europa

Por Thayane

Os rumores sobre um retorno de Gabriel Jesus ao Palmeiras ganharam volume nas últimas semanas, mas a realidade é outra: o atacante mantém o foco na Europa e segue no Arsenal. Pessoas próximas ao jogador e ao clube inglês reforçam que não há negociação em andamento com o Verdão. A relação é boa, as portas estão abertas em São Paulo, só que o timing — esportivo e financeiro — não ajuda.

Aos 28 anos, Gabriel se recupera de uma lesão nos ligamentos do joelho sofrida em janeiro de 2025. Ele passou por cirurgias e trabalha para voltar a campo por volta de outubro, já no meio da temporada europeia. O cronograma mira uma volta gradual: primeiro minutos controlados, depois retomada de ritmo e, se tudo correr como planejado, participação plena na reta final de 2025.

No Arsenal, a disputa por espaço ficou mais pesada. O clube investiu alto e levou Viktor Gyökeres, ex-Sporting, por um valor na casa de R$ 500 milhões. Além dele, Mikel Arteta ainda conta com Kai Havertz, Bukayo Saka, Gabriel Martinelli, Leandro Trossard e Reiss Nelson, entre outras opções para o setor ofensivo. O recado é claro: quem quiser ser titular precisará entregar desempenho imediato.

Isso não significa que Gabriel esteja fora dos planos. Desde que chegou ao Arsenal, em 2022, ele soma 18 gols em 70 partidas, além de participação forte sem bola: pressão alta, mobilidade, tabela curta, ataque ao espaço. Arteta já demonstrou confiança na capacidade de recuperação do brasileiro e o vê como peça capaz de alternar funções, do centro do ataque à função de falso 9, algo que equilibra o elenco.

O que trava a volta ao Palmeiras agora

O Palmeiras monitora a situação e já abriu o jogo internamente: a vontade de repatriar o atacante existe, a relação é ótima, mas o negócio é pesado demais para o momento.

  • Contrato longo: Gabriel tem vínculo com o Arsenal até junho de 2027. Comprar um atleta com contrato vigente na elite europeia é caro e complexo.
  • Valor de mercado: ele está avaliado em cerca de € 30 milhões (R$ 190–195 milhões). Para padrões do futebol brasileiro, é uma operação fora da curva.
  • Pacote salarial: além da transferência, há salários, bônus e impostos em patamar europeu. É o tipo de compromisso que exige parceiros comerciais ou receitas extraordinárias.
  • Momento físico: depois de cirurgia no joelho, a prioridade é voltar 100%. Um retorno ao Brasil agora, em plena recuperação, não faz sentido para o plano de carreira que o jogador traçou.
  • Calendários e janelas: a janela nacional não conversa sempre com a europeia. Ajustar prazos, registros e condicionantes médicas encarece e complica o desenho.

Do lado alviverde, a diretoria admite que já fez sondagens informais — houve uma conversa em outubro de 2024 —, mas nada avançou para proposta. Leila Pereira e o departamento de futebol repetem que a situação só muda se existir uma oportunidade fora do padrão, com valores ajustados e ambiente favorável. Por enquanto, não há esse cenário.

Enquanto isso, o elenco se move. Vitor Roque e Flaco López são as referências mais adiantadas no comando de ataque, com o jovem Thalys brigando por espaço. No meio, o clube acertou a chegada de Andreas Pereira para dar mais chegada e criatividade entre linhas, uma aposta para alimentar os atacantes e melhorar a última bola.

O que não falta é carinho. Gabriel visitou o Allianz Parque em abril para assistir a um jogo da Libertadores contra o Cerro Porteño e, em junho, usou a estrutura do clube para treinos durante o período no Brasil. A porta está aberta, a ponte está inteira. Faltam as condições objetivas para atravessá-la.

Plano de recuperação e cenário no Arsenal

Plano de recuperação e cenário no Arsenal

A recuperação de ligamento exige paciência, controle de carga e marcos bem definidos. Primeiro, ganho de força e estabilidade; depois, progressão de corrida, mudança de direção, trabalho com bola, pequenos jogos, choque e, por fim, a volta a partidas oficiais. O objetivo é reduzir risco de recidiva e permitir que a confiança volte junto com o físico. Outubro de 2025 é uma meta plausível, desde que não haja contratempos.

No vestiário do Arsenal, a disputa por minutos é real, mas também há espaço para diferentes perfis. Gyökeres oferece presença de área e finalização de primeira; Havertz dá versatilidade; Saka e Martinelli esticam o campo e atacam diagonais; Trossard agrega leitura e técnica. Gabriel, quando inteiro, soma agressividade na pressão, ataque ao espaço curto e criação de superioridade pelo movimento entre linhas. Em jogos de Champions e Premier League mais travados, esse repertório costuma pesar.

O mercado olha para isso. Jogador voltando de cirurgia grande dificilmente troca de clube antes de mostrar, por alguns meses, que está no nível de antes. É a lógica de risco: clubes preferem ver minutos e dados físicos atualizados antes de abrir o caixa. Permanecer em Londres, completar a recuperação e disputar posição contra adversários diretos pode ser a rota mais segura para revalorizar o passe.

Os números ajudam a contextualizar. A chegada ao Arsenal em 2022 custou cerca de € 52 milhões. De lá para cá, o valor de mercado oscilou e hoje gira em torno de € 30 milhões. Para um clube brasileiro fechar uma compra assim, seria preciso montar uma engenharia com parceiros, bônus por metas, pagamentos parcelados e, ainda assim, encarar um salário elevado. O custo total de propriedade do jogador — taxas, luvas, comissões, encargos — torna a conta ainda mais pesada.

O entorno de Gabriel também repete que ele não quer voltar apenas “para encerrar a carreira”. A ideia é vestir o verde quando puder competir em alto nível, contribuir esportivamente e disputar títulos. Isso conversa com o histórico dele no Palmeiras: formado na base, explodiu em 2015, foi protagonista no título do Brasileiro de 2016 e saiu para o Manchester City em 2017 já tratado como realidade. Na Europa, acumulou taças, amadureceu taticamente e ganhou lastro de Champions.

Há um ponto emocional nessa equação. O torcedor lembra do garoto que decidiu jogos e não quer uma versão limitada fisicamente. O jogador, por sua vez, quer um retorno que faça sentido: com calendário ajustado, elenco competitivo, projeto esportivo forte e corpo em dia. Por isso, quem acompanha o caso por dentro vê uma volta mais para frente, não agora.

Para o Palmeiras, faz diferença estratégica esperar. Em 2025, o clube ajusta orçamento, lida com prioridades imediatas do elenco e monitora oportunidades de mercado em posições-chave. Um movimento do tamanho de Gabriel redesenha a temporada, impacta fluxo de caixa e exige patrocínios casados. Tentar sem a base financeira certa pode comprometer projetos futuros.

Do lado inglês, a avaliação é pragmática: se Gabriel volta bem, ele eleva o nível de treino e amplia soluções de Arteta; se recebe proposta irrecusável no futuro, o Arsenal negocia a partir de uma posição forte, com contrato até 2027. Até lá, teste de fogo em campo e no mercado. Jogadores ofensivos acostumados a Premier tendem a manter demanda, sobretudo se entregam pressão e versatilidade — atributos cada vez mais valiosos.

Em resumo do presente: não há conversas entre Palmeiras e Arsenal pelo jogador, o custo é alto, o plano de carreira é europeu e a prioridade é voltar a jogar em outubro. O caminho para um reencontro existe, mas depende de tempo, saúde e números que caibam no bolso de todos. Até lá, cada lado toca sua pauta: o Verdão mira título e reforços possíveis; o Arsenal acelera a temporada e aguarda o retorno do brasileiro para reequilibrar o ataque.

Thayane Almeida
Thayane Almeida

Sou especialista em notícias e gosto de escrever sobre os acontecimentos diários no Brasil. Minha paixão é informar e engajar o público com as últimas novidades. Trabalho como jornalista há mais de 20 anos e adoro o dinamismo da minha profissão.

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