Comentários Recentes
Nov 7

Filipeta

Jun 16
icon1 ulisses | icon2 Artigos, Campanha, Defesa Animal | icon4 06 16th, 2014| icon3No Comments »

A Copa 2014 na opinião dos excluídos

“Conhecendo os bípedes humanos, já sei que irão usar e abusar dos fogos de artifícios. Meu tio já morreu do coração por causa do barulhão e o vizinho ficou tão traumatizado que tem medo até de pum de minhoca. Vou comemorar a Copa debaixo da cama.” (Cachorro doméstico)

2

“E eu que nem cama tenho? Vou me borrar na calçada mesmo.” (Cachorro abandonado)

1

“Se a tela da janela do apartamento estiver furada, eu pulo daqui do décimo andar. Gatos, vocês sabem, não se desorientam com o espoucar dos fogos, como os cachorros. Gatos simplesmente enlouquecem.” (Gato de madame)

3

“Antes de pirar de vez, quem sabe dou sorte e encho um festeiro de unhadas, mano.” (Gato de rua)

4

“Não se reclama de barriga cheia, gente! O brasileiro já joga muita comida no lixo, agora vai jogar o dobro. Pra mim, a Copa é um banquete padrão Fifa.” (Rato de lixão)

5

“O povo vai sair mais ferrado desta, eu e minha enorme prole sairemos bem mais gordos. Crescei e multiplicai-vos, ora. E nos Jogos Olímpicos, meus bisnetos irão se esbaldar.” (Rato de esgoto urbano)

6

“Como está sobrando energia no País, mil sóis artificiais brilharão durante as noites de futebol. Com holofotes na cara, não consigo botar um ovo que seja, nem a pau, juvenal.” (Corujas das cidades)

7

“Já avisei minha família: quem sobreviver, se vinga cagando em cima de alguém lá embaixo. Se bem que vai ser só pena que voa, com milhares de rojões atirados aqui no céu.” (Um passarinho anônimo).

8

“Para mim, beleza. Os esgotos a céu aberto continuarão correndo nas comunidades. E a vítima, digo, o brasileiro, alegre e bêbado pelos jogos, vai continuar passando por cima do problema.” (Vibrião do cólera)

9

“No gramado a bola quica, fora dos estádios nóis pica. Obrigado, deus protetor dos aedes aegyptis.” (Mosquito da dengue)

10

“Sempre fui esquecido, agora morrerei em silêncio. Mas meu velório será bem iluminado pelas decorações noturnas e bem decorado pelas garrafas pets.” (Peixinho de parques municipais)

11

“Sufocado de emoção, literalmente, soltarei minha última borbulha com uma bandeirinha plástica do Brasil entalada na garganta.” (Peixinho de rio)

12

“Faço minha suas palavras. Fui.” (Peixinho do mar)

13

“Sei que não adianta nada, mas quero lembrar que o petróleo é resultado da decomposição de milhões de seres primitivos iguais a mim. E que estamos extintos há mil séculos. Não haverá repeteco. Quanto mais Copas, mais a fonte seca.” (Mensagem recebida em centro espírita dos dinossauros)

14

“E depois o único bicho inteligente é o homem…” (Movimento A Natureza Black Bloc)

 15

Ulisses Tavares é um bicho brasileiro que não vai comemorar a Copa. Coisas de poeta.

16

Apr 30

convite 2

Apr 16

Sobre Eros e Vampiros

O organizador desta orgia vampiresca começou a cultivar morcegos em sua antologia O Livro Vermelho dos Vampiros, reunião de 13 autores com a missão de injetar sangue novo no mito do morto-vivo. Vamp_Eros é a segunda “dentição”, em que 12 criadores de ponta continuam a inovar o gênero. Agora é o aguilhão erótico o que incita vampiros e humanos nesta ciranda: a sedução do sanguessuga sobre os mortais, e a paixão da presa por seu predador. A pulsão simultânea de Eros e Tânatos move o feroz vampiro psíquico detectado por Deborah K. Goldemberg, e o súcubo do século 13, conjurado por Paulo Fodra. Essa fome sinistra alucina o refinado gourmand de Marcelo Carneiro da Cunha, a vampira new yorker de Fabíola Moura, o mordaz sanguessuga de Ulisses Tavares.
A mesma sede insaciável consome a horda vampírica que invade São Paulo, na visão apocalíptica de Laura Elias, ou a mulher solitária que invoca o sanguessuga em “Venha me beijar”, de Sérgio Fantini. O frenesi prossegue na rave de neovampiros, sob o olhar cético de Dóris Fleury, e no delírio sensual de “Meu corpo é a sua casa”, de Adrienne Myrtes. E antigos mistérios serão revelados nessa incursão às trevas, como o espectro descoberto por Donny Correia num subterrâneo londrino, e o nosferatu em ação no set de cinema, enquadrado por Sandra Ginez. Para rematar o banquete antropofágico, um vampiro sincrético: “Kupleng”, de Luiz Roberto Guedes, uma caçada aos nazivampiros refugiados no Brasil. Quem abre esse livro, penetra num festim de carne e sangue. Atreva-se.

Luiz Bras

Mais informações:
Imprensa:
 Nathália Lippi

(11) 3865-3936
poetaulisses@terra.com.br

Mar 13

Já fui mordido por cachorro. Ene vezes. Felizmente tive de tomar vacina anti-rábica numa ocasião apenas. E foi na época em que a vacina era aplicada com várias injeções na barriga. A injeção doía mais que a mordida. Nem por isso peguei raiva (o sentimento, não a doença) dos cães.
Cachorros soltos nas ruas tinham em mim, um moleque também criado solto nas ruas, um protetor ou um alvo. Depois de grande, já ativo resgatador de cães abandonados, volta e meia levava uma mordidinha de brinde, nada grave. Coisas, digo, dentadas, do ofício.
Coices de cavalos, muitos também, quase rotina na minha temporada de sitiante plantador de cebolas na primitiva cidade de Piedade. Sem grana para o luxo de um trator, arávamos a terra com tração animal. Queria ver um desses encantadores de cavalos dos filmes e documentários convencer um cavalo xucro (especialmente mulas) a puxarem placidamente um arado. Era, com razão cavalar, corcovear e coices pra todo lado, especialmente o meu lado das coxas.
Mas minhas lembranças dos cavalos, mesmo assim, são doces e bonitas. Um deles, baio baixinho e troncudo, conhecido na região como derrubador de valentes peões, acalmava-se instantaneamente quando meu filho, então com dois anos, era colocado em seu dorso. Vinha gente de toda região se abismar com a cena. Aquele cavalo, “selvagem” entre aspas, era todo delicadeza com o menininho que se agarrava em sua crina para não cair. E, quando meu filho estava no chão, ele não deixava ninguém se aproximar do garotinho.
A seu modo, o baio era mais pai protetor que eu.
Nunca esquecerei, ainda, quando a égua do vizinho deu cria a uma éguinha manquitola. A acolhi, tratei na mamadeira e só me arrependo de tê-la deixado entrar em casa, o que ela continuou fazendo, já bem grandona, para se aquecer em frente a lareira. Limpar cocô de cachorro é fichinha perto de cagada de cavalo no meio da sala.
De aranhas aprendi a gostar e a não temer desde a infância, quando meu pai me levava para seu pesqueiro em Angatuba. Ali, tinha esses seres em todos os lugares, dentro e fora da cabana. Sei diferenciar as picadas aracnídeas e seus riscos. Quanto maior a aranha, mais dolorida, mas sem perigo. Uma pomadinha resolve. As pequeninas e rajadas podem ser até letais, eu as evitava, claro. Nunca desenvolvi o medo de aranhas, nem, ainda bem, das metafóricas, aquelas que designam os genitais das fêmeas humanas. 
Recentemente, tive uma experiência interessante com uma aranha peludona que escolheu o armário de minha despensa para trocar de pele e, dias depois, dar a luz pontinhos pretos cheios de perninhas e vitalidade.
Sumiram a mãe e sua prole, de repente, e minha admiração se fez plena ao descobrir que não sumiram minhas paçoquinhas (meu vício número mil e um) nem meu estoque de biscoitos de polvilho (meu vício número mil e dois). Isso contou pontos a favor das aranhas.
Se fosse o Homem Aranha escondido lá dentro não estaria eu tranquilo em relação a meus docinhos prediletos.
Das cobras, fui vítima apenas uma vez, nadando em uma represa lá em João Pessoa. Era uma coral. Para meu alívio, sem veneno. Morar em praias e restingas de João Pessoa, Salvador e Rio de Janeiro, me tornaram um seguidor da sabedoria prática de pescadores e mateiros: no mar, andar arrastando os pés para espantar arraias e, no mato, andar de botas e com passos pesados para espantar cobras. Cobras são cegas e “enxergam” as vibrações do solo. Se você pisa forte avisando que está vindo, elas fogem.
Aliás, de todos os bichos que conheço, o único realmente traiçoeiro e imprevisível é o bípede humano. Com esse espécime todo cuidado é pouco.
De abelhas enfurecidas (o truque é ficar parado, nada de correr, gente), a carrapatos sugadores (aqui o lance é usar um raminho de vassourinha ou erva de são joão atrás da orelha, os diabinhos grudam no raminho e esquecem sua pele), passando por insetos voadores e sugadores diversos (citronela até que funciona, pero no mucho), fui testado até por macacos sem vergonhas. Morei anos na reserva ecológica de São Lourenço da Serra e os macacos adoravam comer direto nas panelas se a gente deixava as janelas abertas. Um, mais atrevido, me mordeu a mão.
Passando seis meses nas primeiras aldeias mudadas para o Parque do Xingú, nos tempos heroicos dos irmãos Villas-Boas e dos utópicos como o tal do Ulisses aqui, foi que caiu a ficha de vez: terrível mesmo é o pernilongo. Eita, bicho chato. E enigmático.
Qualquer um que não seja bobocamente dominado pelo esteriótipo do índio romanticamente integrado e preservador da natureza (nunca vi, tirando nós, os índios civilizados, ao vivo e a cores, um comportamento mais predador que o dos índios em relação a fauna e a flora) sabe muito bem que a vida na selva é de testar a paciência de um Jó bíblico.
Não pelos perigos da natureza, que isso índio tira de letra. E tira literalmente, tanto que, sabem os geógrafos, quando os portugas predadores chegaram aqui os nativos já haviam acabado com metade da mata atlântica.
Problema são os malditos pernilongos. De todos os tipos, tamanhos e voracidade.
Eles são iguais aos nossos branquelos banqueiros: sugam nosso sangue 24 horas, sem parar.
Um inferno que nem os índios resolveram, com seus 6 mil anos de sociedade estática e comodista e repetitiva. Vão na base do tapinha mesmo ou na fumarenta fogueira.
E nem eu resolvi até hoje, em pleno século dito 21.
Antigamente, quando hippie em Parati, untava minha pele de urucum na tentativa de repelir esses pequenos leviatãs. Conseguia era ficar todo descascado e coçado.
Priscas eras, na Índia, (novamente eu, iludido, não enxergava a crueldade nua e crua grudada e disfarçada na espiritualidade indiana) vi uma solução funcional e nojenta: os saniasis, homens santos, aqueles que perambulam pelados, despreendidos ou mansos psicóticos, cobrem seus cabelos com bosta seca de vaca, repelente natural. Para eles, dá certo. Em mim, repeleria os amigos e musas.
Pano rápido, aqui e agora.
Trabalho em casa, poeta 24 horas que sou, por sobrevivência e gosto. Preferia que fossem seis horas por dia, mas daí não pago os impostos e me enchem de multas e cobranças. O feijão externo impera sobre o sonho interno. Me equilibro na lâmina da faca milenar de Eros e Tanatos.
Minha casa é pequena mas bem bacaninha, com quintal cheio de flores, passarinhos e computador último tipo.
Adoro escrever com pouca roupa, pelado se não estiver esperando visitas.
Os passarinhos citadinos de meu quintal são da geração maquidonald e preferem as frutas que coloco pra eles todas manhãs em vez de caçar os pernilongos.
A única habitante, além de mim, que trabalha nesse sentido é a tetraneta da Genovava, minha lagartixa de estimação.
Só que ela não dá conta dos enxames de pernilongos que atacam minhas partes expostas a sua sanha alimentar.
Daí, encurralado, comprei e muito uso uma raquete elétrica que eletrocuta os invasores.
Putz, pra quê?
Fiquei, como budista, espremido entre minhas convicções e minha prática cotidiana.
Budista não pode matar nenhum ser sensciente. Ou seja: qualquer ser vivo, pois todos tem a mesma capacidade de sentir prazer, dor e medo.
E o pernilongo, gostemos ou não, está nessa categoria, como todos os outros que voam, nadam, rastejam ou andam na face da Terra.
Pior é que adoro quando extermino com esses insetos. Plac, plac, bzz, bzz.
Posso estar, budisticamente falando, matando meus antepassados reencarnados.
Pesquisando, meditando e tentando saída para essa escolha de Sofia, dilema ético, não achei nada a favor dos pernilongos.
Eles, em suas mais de duas mil variações, matam (por serem vetores de doenças) cerca de 300 milhões de pessoas em todo o mundo, por ano, malária, dengue etecétera. Nas ilhas do Caribe, século 19, acabaram com todos mamíferos.
O problema é que não são eles, mas elas. Apenas as fêmeas pernilongais nos sugam, e contaminam, o sangue.
Os machos lambem e se alimentam da seiva das plantas, pacificamente.
Como é que eu posso saber se não matei o pernilongo errado para me defender?
Sei lá. É a primeira vez que odeio e ataco um animal, um ser vivo, em toda a minha vida.
Nem ainda consegui resposta para o que serve um pernilongo na cadeia alimentar natural.
Parece que pra nada, exceto seus propósitos de se perpetuar.
Um mistério a ser decifrado, já que surgiram há milhões de ano e continuam aí, como as baratas e as bundudas alienadas dos bebebês televisivos.
Fiz até um poeminha pra essa praga: “Nada sei/sobre a vidinha do pernilongo/que mato, indiferente, na parede/Mas desconfio/Que era a única que ele tinha.”
Epitáfio deles, pedido de perdão meu. 

Ulisses Tavares é um pernilongo confuso sobre seu papel no mundo. Coisas de poeta.

547336_475889525817140_1721095172_n

Feb 11
Poema para Santiago
icon1 ulisses | icon2 Corrupção, Poesia | icon4 02 11th, 2014| icon31 Comment »

Quem segura esse rojão?

(Para Santiago Andrade e para o que resta de esperança)

 

Sabia-se e sentia-se
Que o rojão cairia
Na cabeça dos inocentes
Mais dia menos dia.
O rojão da impunidade,
Da corrupção,
Do desgoverno,
Das omissas otoridades.
E caiu em um cinegrafista,
Olho livre da sociedade.
A gota d’água
Em nosso pote
Já tão cheio de revolta e mágoa.
Quem não é bandido
Chora,
Só a bandidagem comemora.
Paz, antes que seja tarde demais.
Vem mais rojão por aí, a mil,
Aceso pelo lado podre do Brasil
Quem segura essa gente ruim
Essa tralha?
Justiça, por que tarda e falha?

3_1 (1)
(Foto: Agência O Globo)

Nov 8

Capa Negro ALTA

O Negro em Versos

O que difere radicalmente os poetas desta antologia daqueles Poemas Negros, de Jorge de Lima, Raul Bopp e Gilberto Freire é que eles procuram, com um certo ponto de vista, tomar para si a causa da diferença e a diversidade, aguçadas pelo sentimento de expressar as próprias metáforas.
O que  realmente significa ser um poeta negro?
Falando do negro como a si mesmo, perguntariam alguns perplexos portadores da mesma inconsciência nacional. Essa espécie de Negromania sem a conotação prosaica do termo é uma espécie de ser negro, de falar de seus desejos, das suas dores, de seus deuses e mitos, essa forma de transcender as pedras dos caminhos, um coração ancestral que bate forte em cada homem negro estigmatizado pelo preconceito e pela indiferença.
Essa antologia pode parecer uma apologia ao apartaide cultural? Não, senhores, esses poemas e versos, em verdade, procuram o mesmo sentimento de beleza, e também e mais profundamente a razão política e consciente de gritar bem alto os nossos desejos, a nossa auto-estima, o nosso desconhecimento. A nossa ausência.
Esta antologia celebra aqui e agora com esses nossos poetas a volta aos anos sessenta, quando o mundo viu diante de si o talento da poesia negra manifestada pelo movimento da “Negritude”, falando com as novas vozes de Leopold Senghor, Aimé Cesaire e Leon Damas.
Assim, esta antologia não deixa de ser um alento para este momento de descobertas e de introduzir no cotidiano as vozes negras da nossa poesia.

Emanoel Araujo
Diretor do Museu Afro Brasil

O Negro em Versos
Organização e apresentação de Luiz Carlos dos Santos, Maria Galas e Ulisses Tavares
Editora Salamandra

Nov 1

Impostos 

Eu pago.
Tu pagas.
Eles pegam.

impostometro2

Oct 23

Beagles unidos jamais serão vencidos

Meu coração vibrou com o resgate dos coitadinhos dos beagles, claro.
Mas em seguida minha cabeça deu o alerta:
No mundo inteiro esse tipo de ativismo direto, invasivo e causador de danos, infelizmente não tem dado certo.
Sem maiores considerações filosóficas (por que é evidente que os animais não poderiam, nunca, serem submetidos ao capitalismo nojento da indústria farmacêutica), ações anteriores sempre resultaram na punição dos bem intencionados.
Aqui e lá fora, a Lei fica do lado dos malvados e pronto.
Como diz o ditado americano, é a economia, estúpido!
Alguns cachorrinhos a menos para os bandidos que, em seguida, prosseguem suas experiências, lícitas mas imorais, até em maior escala.

Talvez haja um jeito porém de fazermos desse limão azedo uma limonada bem grande e doce que refresque a barra dos nossos indefesos amiguinhos de quatro patinhas:
O boicote  de todos os produtos experimentados naqueles campos de concentração tipo Royal.
Se todos nós, os bípedes humanos conscientes da gravidade e crueldade da situação, deixarmos de comprar os produtos lá testados atingiremos o único órgão sensível desse leviatã moderno: o bolso!
Então, aproveitando o impacto da recente invasão repercutindo na mídia, mudaremos o foco da discussão para o que realmente interessa.
De minha parte, começarei agora mesmo, enviando uma lista das empresas e seus produtos que fomentam esses “centros de pesquisa”.
Claro que o Sistema vai reagir exibindo seus rôtos argumentos de necessidade de testar os cosméticos e remédios em bichos para a segurança dos consumidores, blábláblá.
Que se danem: não precisamos deles.
Eles sim é que precisam de nós, consumidores.
Ou param com essa prática escrota ou paramos de dar dinheiro para seus sanguinolentos cofrinhos.
Acham que a indústria cosmética, por exemplo, não irá rever seus processos de testes quando a mulherada souber que está passando nas unhas, nos lábios e na pele, melecas resultantes do sofrimento e da morte de peludinhos inocentes?
Daí saímos dessa categoria vulnerável de ecoterroristas para a nossa real condição: a de seres humanos que amam, acolhem, respeitam, e apenas querem proteger os seres não humanos de nossa doente civilização.
Nosso desespero, e indignação, é tão legítimo que não merecemos ficar apenas na defensiva ou no ataque esporádico.
Primeiro é levantar a lista das empresas e seus produtos. Depois botar a boca no trombone, divulgar, discutir, espalhar, questionar, sem parar, o tempo todo. Até que o tempo, senhor da razão, acalme essa tempestade de insensatez que assola o único mundo que temos.
De nosso sonho, duas patas convivendo em harmonia com quatro patas ou duas asas, nossos inimigos darão risada. Da dura realidade de não ter mais lucro fácil irão chorar.
Simples mas eficiente assim. Transformar nossa fraqueza em força, a única força que o outro lado entende e respeita: a do dinheiro, do poder de comprar.
Alguém me acompanha?

Ulisses Tavares, depois de décadas de militância animal, é um dócil beagle aprendendo a morder.

Oct 17

« Previous Entries Next Entries »